O Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) será aplicado amanhã (21) em meio a uma crise interna do Inep (Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais), responsável pela prova. Além disso, colaboradores terceirizados que fiscalizarão os candidatos relatam corte no número de aplicadores por sala este ano e temem fragilidades na supervisão dos estudantes.
Em salas com menos de 26 candidatos, só haverá o chefe de sala no comando, segundo afirmam. Nos anos anteriores, o trabalho era em dupla: um chefe de sala e um aplicador. O Estadão ouviu colaboradores de oito Estados e viu os manuais com suas tarefas nos dias de prova, além dos documentos enviados a eles pelo consórcio aplicador. O exame, principal forma de ingresso no ensino superior do País, ocorre amanhã e no próximo domingo.
CRISE
O Inep tem enfrentado sua maior crise: 37 servidores com experiência no Enem pediram para deixar seus cargos por discordarem da gestão do atual presidente do órgão, Danilo Dupas. A categoria alega falhas de gestão e assédio — ele nega.
Nos postos de trabalho dos colaboradores terceirizados, as mudanças foram descobertas há poucas semanas. "Será só uma pessoa (fiscal) por sala. Alegaram que, na sala com menos de 25 alunos, só uma pessoa bastaria", disse a coordenadora de aplicação em uma escola pública no interior de Minas. Ela teme que seja mais difícil resolver eventuais problemas e diz que isso pode recair sobre fiscais de corredor e banheiro.
Os funcionários são contratados pela Cesgranrio, consórcio aplicador da prova. Procurado, o Inep não se posicionou até 21 horas de ontem. Já a Cesgranrio disse que não comentaria por "motivos contratuais".
Com informações do R7.